Cultivo de Meristemas in vitro
A Cultura de Tecidos abrange diversas técnicas, como a embriogênese somática, a micropropagação, cultura de células, o cultivo de meristemas in vitro, dentre outras. Cada uma destas técnicas tem um objetivo distinto e a escolha da técnica depende do propósito de cada projeto.
A cultura de meristemas é muito utilizada para a limpeza clonal em biofábricas e para pesquisas acadêmicas, ou seja, a obtenção de mudas livres de doenças, principalmente das viroses. E para entender como isto é possível precisamos compreender um pouco melhor o que são meristemas.
O que é um Meristema?
O termo meristema é derivado da palavra grega Merizein que significa dividir e foi utilizada pela primeira vez por Carl Wilhelm von Nägeli (1817-1891) em seu livro Beiträge zur Wissenschaftlichen Botanik (“Contribuições para a botânica científica”). Então, como o termo já diz, o meristema é uma região de intensa multiplicação celular, são nestes locais que ocorrem o crescimento das plantas.
O meritema pode ser definido como um grupo de células que possuem a capacidade de se multiplicar e que o destino final não é rigidamente determinado. O meristema é uma fonte contínua de novas células, que podem passar pela divisão celular, muitas vezes antes de se diferenciar em células específicas. Devido a essa característica de multiplicação de células indeterminadas, as plantas possuem alto grau de plasticidade, podendo se adaptar ao ambiente.
Diferentes tipos de meristemas podem ser identificados, dependendo da sua posição na planta. Os dois principais são: o apical e o radicular, eles são responsáveis pelo crescimento dos brotos e das raízes ao longo de toda a vida da planta. Por possuírem características tão específicas o cultivo de meristemas in vitro é uma importante técnica não só para pesquisas como para a agricultura. Mas afinal, por que utilizar o cultivo de meristemas?
Por que Utilizar Cultivo de Meristemas?
O cultivo de meristemas in vitro é uma valiosa técnica da cultura de tecidos. Por meio desta metodologia é possível obter mudas livres de pragas e doenças. Por se tratar de uma região de intensa e rápida multiplicação celular e de baixa vascularização a infecção por doenças é praticamente nula. Esta região é a mais pura das plantas.
Sendo assim, o cultivo de meristemas é uma ferramenta muito importante para a agricultura, pois viabiliza a limpeza clonal de plantas doentes. Com esta técnica é possível, a partir de uma planta mãe doente, obter mudas limpas, ou seja, livres de doenças.
Por ser tratar de uma região tão delicada muitos desafios são encontrados no trabalho cotidiano do cultivo de meristemas.
Desafios da Cultura de Meristemas
A região meristemática é pequena e sensível, por esse motivo, todo o trabalho deve ser realizado em fluxo laminar com o auxílio de lupa, bisturis e pinças. Além disso, a mão de obra precisa ser altamente treinada para saber onde o meristema se encontra e para extraí-lo sem danificá-lo.
Depois de isolado o meristema deve ser cultivado em meio de cultura específico para cada espécie, pois ele precisa se regenerar em plântula para só então seguir para a fase de micropropagação ou multiplicação.
Para que o cultivo tenha sucesso, além de, mão de obra qualificada é preciso conhecimento científico, para fazer os ajustes necessários do meio de cultivo para a regeneração das plântulas. Todo o processo é extremamente delicado e sensível. Para algumas espécies arbóreas a técnica não tem sido empregada satisfatoriamente, porque o meristema não se regenera completamente, impedindo a formação da planta em todas as suas características.
Por outro lado, o método é utilizado de forma satisfatória por biofábricas para culturas como batata, morango, cana-de-açúcar, banana, orquídeas, com completa regeneração e formação das plantas.
Assim, o cultivo de meristemas pode ser empregado em diferentes culturas com sucesso e pode gerar ganhos para a agricultura com a produção de mudas livres de doenças.